Nos dias atuais, o acesso ao computador torna-se cada vez mais popular e com isso, entre outras revoluções, o valor da letra cursiva (manuscrita) vai se modificando. Se olharmos ao redor, veremos que ela se restringe cada vez mais a anotações pessoais: listas de supermercado, pequenos bilhetes caseiros, diários pessoais, cadernos escolares.
Textos antes exclusivamente manuscritos (escritos em letra cursiva), como o preenchimento de cheques, as receitas médicas, os livros de documentos em cartórios, etc., hoje são frequentemente escritos em computador ou em máquinas especiais, destinadas a esses fins. Desta forma, a letra cursiva tem sido cada vez mais reservada a anotações pessoais e informais, demonstrando ter uma função de comunicação cada vez menos relevante na sociedade. No entanto, como ainda é a “letra da escola”, o acesso a ela é fundamental para que a criança possa cumprir seu papel de estudante.
Essa consciência do valor relativo da letra cursiva é importante para que nós, profissionais da escola e pais, possamos colocá-la em seu lugar, pois como é a letra oficial da escola, é preciso que seu acesso seja tranquilo, significativo e adequado, a fim de que a criança não venha a sentir dificuldade em traçá-la, comprometendo sua relação com a própria escrita.Fonte: Carmen Silva Carvalho.“Construindo a escrita. Da letra de imprensa à letra cursiva”.
Vídeo - Alfabetização: é correto deixar de ensinar a letra cursiva?